domingo, 7 de março de 2010

Coração de Rilke, o meu.

"Eras o que conheci de mais terno e mais duro com que tenho lutado.
Eras a altura que me abençoou - te fizeste abismo e naufraguei"
(Rainer Maria Rilke)
Como um náufrago:
perdido de meus sentimentos,
confuso, sem direção.
O abismo chama,
não respondo, não vou.
Prazer finito interminável,
por quê?
Quero amor, quero ternura.
Quero amar, quero tremer.
Amo, tremo, terno...
Luto contra o sol,
contra o mar que me engole.
Fraco, perco, não desisto.
Lutar é o importante,
vencer é consequência.
Lutar por amor,
amor próprio.
Amor? Que amor?
Amor de dor de amor.
Fúnebre lembrança dissimulada,
Partido abraço.
Beijo:
no rosto.
Olhar meado,
tentativas, sentimentos, paixão.
Falsa vida.
Senti e desisti de desistir.
Tentei e caí.
Amei. Amei? Amém.
(Luiz Pires)

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