segunda-feira, 21 de junho de 2010

Único eterno olhar

O tempo para diante dos olhos,
quando as palavras cessam em minha boca.
Eu, falante, me vejo mudo e calado.
Penso e não entendo: olho.
Olho para a eternidade impossível.
Olho para os olhos da distância.
Olho para dentro de mim.
Olhar e tempo se confundem,
reverberam no eco da noite escura.
Escuro em que olho e não vejo:
cego e mudo, olho.
Olho para um olhar que me convence.
Sentimento de imensa satisfação,
vivo a força do olhar,
olhar que é único e eterno:
Me focaliza na eternidade,
me faz acreditar no amanhã
que eu não vejo.

(Luiz Pires)

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